segunda-feira, 8 de junho de 2015

"IMPOSTO OU IMPOSTOR?" Artigo de Fernanda Caprio publicado no Jornal Diário da Região em 06/06/2015

Sábado, 06.06.15 às 00:44

Impostos

Diário da Região
Foi jogando Banco Imobiliário que entendi porque é importante pagar impostos. Num determinado jogo ganhei tanto dinheiro com dividendos de meus imóveis e golpes de sorte que quebrei o Banco. Resultado: ele não tinha mais como me pagar dividendos dos meus imóveis, nem oferecer empréstimos. Aí percebi que se o banco ficasse sem dinheiro eu não teria mais como aumentar meu patrimônio de papel e plástico, pois minha riqueza individual inviabilizou o jogo, ou seja, quebrei o sistema que me fazia uma jogadora próspera. Então, voluntariamente, mudei a regra do jogo e passei a dar uma porcentagem ao banco de tudo o que eu conquistava ou negociava. Essa estratégia me fez entender que pagamos impostos para viabilizar o nosso País, que é nosso sistema. Mas daí a dar quase cinco meses de trabalhos forçados ao governo já é exploração de mão de obra, fato já repudiado e erradicado pela abolição da escravatura no mundo todo. Como se não bastasse, o Brasil ficar pelo 5º ano consecutivo em último lugar no ranking mundial de retorno dos impostos, é estelionato mesmo. Os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT) neste mês de junho de 2015 mostram o Brasil no último lugar de 30 países que tiveram análise do Retorno de Bem-Estar à Sociedade (IRBES), ou seja, capacidade que o País tem de reverter adequadamente em prol do povo impostos federais, estaduais e municipais arrecadados. O índice é analisado em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) e ao Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) da ONU. O Brasil arrecada 35,04% do PIB, tanto quanto a Islândia (35,50%), Alemanha (36,70%) e Noruega (40,80%), mas não podemos nem comparar minimamente nosso padrão de vida com o dos alemães ou noruegueses. A Noruega é o país com o mais alto padrão de segurança, conforto e paz que há no planeta desde 2001 (ONU), enquanto o lema daqui é "ele é brasileiro, não desiste nunca". Então concluí: não temos imposto, e sim, impostor.
Fernanda Caprio, Rio Preto