terça-feira, 14 de abril de 2015

IMPEACHMENT: PARECE, MAS NÃO É!


Essa é a turma do parece, mas não é. Enquanto os grandes partidos (PMDB e PSDB) insuflam o povo a pedir impeachment nas ruas, resultando numa pesquisa Datafolha publicada sábado (11) que aponta 63% a favor da saída da Presidenta (PT), o PMDB mina o poder do governo, com Eduardo Cunha (PMDB-Presidente da Câmara) liderando derrotas às propostas do Governo na Câmara, tornando-se paulatinamente um dos homens mais poderosos do país, Renan Calheiros (PMDB-Senado) dando respaldo a esta política no Senado e Michel Temer (PMDB, Vice-presidente da República) sendo elevado à condição de articulador político que fala em nome da presidência, tudo leva a crer que o PMDB quer um impeachment para assumir a Presidência. No entanto, Eduardo Cunha vem recusando todos os pedidos de impeachment apresentados na Casa (9 neste segundo mandato). De um outro lado, PSDB no começo era a favor do impeachment, FHC chegou a contratar o jurista Ives Grandra Martins para emitir parecer favorável; surpreendentemente, às vésperas da manifestação pública de 15/03, Aécio Neves (PSDB) e FHC (PSDB) declararam-se publicamente contra o impeachment na imprensa nacional nos dias 10/03 e 11/03, e agora, mais do que surpreendentemente, o PSDB contratou o jurista Miguel Reale para ingressar com uma ação penal contra Dilma que poderá dar viabilidade jurídica a um impeachment . Enquanto o povo é feito de joguete, ora sendo empurrado para as ruas para pedir impeachment, ora lendo nos jornais que os grandes partidos eram a favor, na semana seguinte são contra, eu continuo refletindo e pensando do mesmo modo: nenhum deles quer um impeachment, o que querem, é poder. Pressionam para ganhar mais espaços no governo; conseguem e recuam; depois avançam novamente por mais espaço, numa voracidade e ganância sem fim. E assim, conseguem aquilo que hoje em dia é viabilizador de dinheiro sem limites: O PODER. Isso tudo não passa de uma guerra de força por mais e mais poder, e os semeadores da discórdia aumentam e diminuem a pressão conforme os resultados, usando a imprensa para direcionar o pensamento do povo. O problema: Dilma mentiu na campanha, e está frágil, e com isso, deixou de ser uma figura forte para transformar-se em uma peça fraca e manipulável. É pena ver a mulher no poder nesta situação, que só ocorre porque ela não fez o papel dela, e ao invés de se transformar num exemplo, está apenas repetindo o que todos já estamos cansados de ver. 

http://www1.folha.uol.com.br/poder/2015/04/1616361-presidente-da-camara-diz-que-devera-recusar-pedido-de-impeachment.shtml